Inventário em cartório: o que fazer se um herdeiro não concordar?

O falecimento de um ente querido é, por si só, um momento de grande dor e sensibilidade. Somado a isso, surge a complexidade de organizar o patrimônio deixado, um processo conhecido como inventário. No Brasil, o inventário em cartório (extrajudicial) é uma opção cada vez mais buscada por sua agilidade e menor custo, mas ele depende de uma condição essencial: o consenso de todos os herdeiros. 

O que acontece, então, se um herdeiro não concordar com os termos ou com a própria modalidade extrajudicial? A Herdei está aqui para descomplicar esse momento e mostrar os caminhos possíveis.


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Entenda o que fazer se um herdeiro não concordar no inventário em cartório. | Foto: Unsplash.

Desafios da falta de consenso no inventário em cartório

Para que um inventário possa ser realizado em cartório, a legislação exige que todos os herdeiros sejam maiores e capazes, e que haja total acordo entre eles sobre a partilha dos bens. A ausência de consenso inviabiliza essa via.

A exigência legal de unanimidade

A Lei 11.441/2007, que permitiu a realização de inventários e partilhas por escritura pública, é clara: o procedimento extrajudicial exige a concordância de todos os envolvidos. Isso significa que a discordância de apenas um herdeiro, seja sobre a divisão dos bens, o valor atribuído a determinado ativo ou até mesmo sobre a escolha do inventariante, é suficiente para impedir o andamento do processo no cartório. Essa unanimidade é a pedra angular da via extrajudicial, garantindo que não haverá litígio futuro sobre a partilha.

Implicações emocionais e financeiras

A falta de acordo pode transformar um momento já delicado em uma fonte de estresse prolongado. Disputas familiares, muitas vezes motivadas por questões emocionais ou mal-entendidos, podem se agravar. Além do desgaste psicológico, a ausência de consenso implica em custos adicionais. 

O tempo que se leva para resolver a divergência pode gerar multas por atraso na abertura do inventário (caso ultrapasse o prazo de 60 dias após o óbito), além de aumentar os honorários advocatícios e, em alguns casos, até mesmo os custos de cartório, caso a situação se prolongue demais e exija novas diligências.

Alternativas para resolver divergências no inventário em cartório

Mesmo diante de um desacordo inicial, nem tudo está perdido. Existem estratégias eficazes para buscar o consenso extrajudicial e, assim, manter a agilidade e os benefícios do inventário em cartório. A chave é o diálogo e a busca por soluções mediadas.

A mediação familiar como ferramenta

A mediação é um processo em que um terceiro imparcial e neutro, o mediador, auxilia os herdeiros a dialogar e a encontrar soluções mutuamente aceitáveis para a partilha. O mediador não impõe decisões, mas facilita a comunicação, ajuda a identificar os interesses de cada parte e a construir um acordo. 

Essa abordagem é particularmente útil em contextos familiares, pois visa não apenas resolver o conflito imediato, mas também preservar as relações. É uma alternativa construtiva para superar impasses emocionais e financeiros.

O papel essencial da assessoria jurídica especializada

Contar com advogados especialistas em direito sucessório é fundamental. Eles não apenas orientam sobre os direitos e deveres de cada herdeiro, mas também podem atuar como facilitadores na negociação. 

Com o conhecimento técnico e a experiência em casos semelhantes, os advogados da rede Herdei podem apresentar cenários, propor soluções criativas para a partilha e esclarecer dúvidas que possam estar gerando o desacordo. Seu papel é buscar um ponto de equilíbrio que atenda aos interesses de todos, dentro dos limites legais, garantindo que o acordo seja justo e válido.

Negociação assistida e flexibilidade

A negociação assistida é um processo em que os herdeiros, representados por seus advogados, tentam chegar a um acordo. É importante que todas as partes demonstrem flexibilidade e abertura para ceder em alguns pontos em prol do bem comum. Às vezes, o desacordo reside em detalhes, como a avaliação de um imóvel, a partilha de bens de menor valor ou a forma de compensação para um herdeiro. 

Uma boa negociação pode envolver:

  • Avaliações profissionais: Contratar avaliadores independentes para bens específicos pode trazer clareza e reduzir desconfianças.
  • Propostas de compensação: Se um herdeiro deseja ficar com um bem de maior valor, pode compensar os demais com dinheiro ou outros ativos.
  • Escuta ativa: Compreender as preocupações e expectativas de cada um é crucial para encontrar uma solução que todos possam aceitar.

Quando a falta de acordo impede o inventário em cartório?

Apesar dos esforços para buscar o consenso, existem situações em que a divergência é irreconciliável e, nesses casos, o inventário extrajudicial se torna inviável.

Discordância sobre a partilha de bens

Se, mesmo após a mediação e a negociação, os herdeiros não conseguirem chegar a um acordo sobre como os bens serão divididos – seja pela avaliação dos ativos, pela divisão de bens indivisíveis (como um único imóvel) ou pela distribuição das cotas-parte – o inventário em cartório não poderá ser finalizado. A lei exige que a escritura pública de partilha reflita a vontade unânime de todos.

Recusa de um herdeiro em participar

A recusa de um herdeiro em assinar a escritura de inventário e partilha, ou mesmo em participar das discussões para o consenso extrajudicial, também impede o processo em cartório. É comum que herdeiros se recusem por diversos motivos, desde mágoas familiares até a simples falta de interesse em colaborar. Nesses casos, a via extrajudicial é bloqueada, independentemente dos motivos da rec recusa. A ausência de qualquer assinatura inviabiliza o registro final do inventário.

Nestes cenários de impossibilidade de acordo, a única via restante é o inventário judicial, onde um juiz decidirá sobre a partilha, o que geralmente implica em um processo mais longo, burocrático e caro.

A importância do diálogo e da mediação para o inventário em cartório

Percebe-se, portanto, que o diálogo e a mediação não são apenas conveniências, mas elementos cruciais para o sucesso do inventário extrajudicial.

Celeridade e economia para os envolvidos

Optar pelo inventário em cartório significa geralmente um processo mais rápido e menos oneroso. Um acordo bem-sucedido pode encurtar o tempo de espera de anos para meses e evitar gastos significativos com custas judiciais e honorários prolongados. 

A agilidade permite que os herdeiros tenham acesso aos bens e possam administrá-los ou dispô-los mais rapidamente, sem o peso da burocracia excessiva.

Preservação dos laços familiares

Em um momento de luto, a oportunidade de resolver as questões de forma amigável e colaborativa pode fortalecer os laços familiares, em vez de rompê-los. A mediação e o diálogo focam na busca por soluções que contemplem os interesses de todos, promovendo a compreensão mútua e evitando que desavenças patrimoniais se transformem em mágoas duradouras. O objetivo não é apenas dividir bens, mas preservar o legado familiar e as relações entre seus membros.

A Herdei entende a complexidade do inventário, especialmente quando há discordâncias. Nossa plataforma conecta você a advogados especialistas que podem mediar conflitos, organizar a documentação de forma 100% online e oferecer o parcelamento de todos os custos em até 60 vezes. Mesmo diante de um impasse, buscamos a melhor solução para sua família, agilizando o processo e economizando dinheiro, tudo isso com acompanhamento personalizado.

Não deixe que a falta de consenso transforme o inventário em cartório em um problema ainda maior. Conte com a Herdei para simplificar esse processo, guiar sua família e encontrar o melhor caminho.

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